DECÁLOGO COMENTADO - De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário.
- Wenddell Juler
- 21 de mai. de 2016
- 3 min de leitura

REFERÊNCIA
LUCKESI, Cipriano Carlos. De examinar para avaliar, um trânsito difícil, mas necessário. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proporsições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p. 67-72.
01. “Para termos resultados novos no processo de ensino-aprendizagem em nossas escolas são necessários hábitos novos e estes, por sua vez, exigem novas aprendizagens, como também novas condições para exercitá-las”.
É preciso, nos tempos atuais em que vivemos uma mudança na maneira e nos materiais usados dentro do ambiente escolar para o processo de ensino-aprendizagem envolvendo o educando. Essa mudança é significativa para obtenção de um melhoramento considerável em sala de aula.
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2. “A transição dos hábitos de examinar na escola para os hábitos de avaliar exige atenção constante, pois que os primeiros estão profundamente arraigados em nossa história, em nossa sociedade e na personalidade pessoal de cada um de nós”.
Faz-se preciso uma transição entre o hábito de examinar e o de avaliar, mas essa tarefa não pode ser considerada fácil já que a prática do exame está inserida na vida do professor desde os seus primeiros passos na escola, tornando essa transição complicada já que a base aprendida pelo educador é propriamente histórica e não somente pessoal.
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3. “No que se refere à avaliação da aprendizagem, nós educadores temos estado aprisionados a padrões de compreensão e de conduta que vem de séculos passados; minimamente, do início da modernidade para cá”.
Os professores atuais ainda se encontram presos às práticas aprendidas durante a sua vida na escola e as padrões herdados dessa época.
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4. “Os exames escolares, da forma como existem hoje, desde que foram sistematizados no século XVI, carregam uma carga de ameaça e castigo sobre os educandos, cujo objetivo é pressioná-los, para que disciplinadamente estudem, aprendam e assumam condutas, muitas vezes, além de externas a eles mesmos, também aversivas”.
O exame é excludente e ameaçador para o educando. Seu objetivo é unicamente força-lo a estudar e se adequar devidamente como um modelo padronizado na sociedade.
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5. “O disciplinamento cria controle, na maior parte das vezes, aversivo e imposto, sobre os educandos.”
O disciplinamento, prática clara do exame, é controlar o educando.
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6. “Desconstrução interna do modo de agir em sala de aula, reconstruindo um novo modo”.
É necessário moldar um novo modo de agir em sala de aula, desconstruindo todo o estilo antigo. A partir de então, os novos modos ganharão espaço e darão uma nova forma no processo de ensino-aprendizagem.
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7. “A configuração histórica do modo de agir com os exames tornou-se resistente a mudanças, pois que ela oferece um modo confortável de ser, garantindo ao educador poder de controle sobre os educandos”.
Como dito anteriormente, a prática do exame ainda é atuada em sala de aula devido a sua resistência histórica. O educador ainda se sente revestido de poder e autoritarismo em sala, podendo controlar e guiar o educando conforme a suas próprias concepções e vontades, gerando um conforto que dificulta a entrada dos novos modos pedagógicos em sala de aula.
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8. “Para atuar com avaliação, importa superar a prática dos exames escolares, incorporando-a como nosso passado, assim como usufruindo dela o que ela ainda, por ventura, possa nos ensinar para a perspectiva construtiva, que temos hoje”.
A história é necessária para se entender o comportamento primário e, se necessário, reformular a prática. No caso da prática do exame, é claro que o seu exercício não tem caráter positivo e precisa ceder espaço para a prática avaliativa.
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9. “A avaliação da aprendizagem é democraticamente, pois que, sendo inclusiva, acolhe a todos, o que se opõe ao modelo social hierarquizado e excludente da sociedade burguesa, daí ser difícil praticá-la”.
A avaliação da aprendizagem é difícil de ser praticada, pois, diferente do exame, é uma prática que inclui o educando no espaço social e é expressamente democrática, retirando os poderes hierárquicos dos educadores no espaço escolar.
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10. “Educadores que desejam efetivamente atuar pedagogicamente, servindo-se dos recursos da avaliação da aprendizagem necessitam de assumir consciência clara de que estão rompendo com o modelo social excludente, como todo o embasamento histórico”.
Os educadores que tem uma visão de mudança da prática do exame para a prática avaliativa devem estar conscientes de que está quebrando com os padrões sociais seletivos que a prática do exame atua e dando vez a um espaço inclusivo que democrático que a avaliação proporciona.
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